quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Energia Eólica

Planeta Urgente

Energia eólica já tem custo competitivo



José Eduardo Mendonça - 17/11/2011 às 11:49

E em cinco anos baterá o barato gás natural

As melhores fazendas eólicas do mundo já são competitivas com usinas a carvão, gás e nucleares. Mas nos próximos anos, ganhos de desempenho e redução de custos tornarão a planta eólica média competitiva com o barato gás natural, mesmo sem um preço sobre o carbono, de acordo com análise da Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
Depois de analisar a curva de custos de projetos eólicos desde meados dos anos 1980, os pesquisadores da BNEF mostraram que o custo de eletricidade gerada por esta fonte teve queda de 14% a cada vez que se dobrou a capacidade instalada. A redução de custos se deve a um número de fatores: fabricação mais sofisticada, melhores materiais, turbinas maiores e mais experiência com operação e manutenção das plantas. Estas melhoras, combinadas a um excesso de oferta de turbinas no mercado global, farão com que o custo de energia eólica caia 12% até 2016.
Com isso, o custo da energia eólica terá paridade com fontes convencionais de energia, e deverá ser competitiva com usinas de gás de ciclo combinado em 2016, na maioria das regiões com ventos favoráveis. O setor eólico tem uma relação conflituosa com o gás natural, que pode servir de backup quando não há vento. Mas o boom na extração de gás de xisto provocou uma queda substancial de preços, enfraquecendo a produção eólica em mercados como o Texas.
Justin Wu, analista da BNEF, diz: “A percepção pública da energia eólica tende a ser que ela á ecoamigável, mas cara e interminente. Isto não é mais o caso – nos melhores locais ela já é competitiva com a eletricidade de combustíveis fósseis, e este será o caso da maioria das turbinas instaladas onshore em todo mundo até 2016″.
A análise da Bloomberg prova mais uma vez a importância da estratégia de escala da energia renovável. Programas de pesquisa e desenvolvimento são uma parte importante do jogo, mas nada supera a experiência adquirida no campo, explica Justin Wu: “A imprensa reage a quedas recentes no preço de equipamentos solares como se fossem o resultado de um excesso de oferta temporário ou de uma guerra comercial. Mas isto mascara o que realmente acontece: uma queda consistente e de longo prazo de custos de tecnologia de energia limpa, resultante de décadas de trabalho árduo de dezenas de milhares de pesquisadores, engenheiros, técnicos e das pessoas nas operações. E isto não vai parar. Nos próximos anos, o mundo vai acordar para uma energia eólica mais barata que a do gás, e painéis solares em telhados mais baratos que a energia da grade. Acrescente-se a isso fatores como quedas profundas de longo prazo em custos de armazenagem, gerenciamento de demanda, uso de LEDs e outros, e estamos claramente falando de um jogo inteiramente novo”, afirmou ele, de acordo com o Renewable Energy World. Quedas de custos não surgem por mágica em laboratórios. Em 1984, a capacidade mundial instalada de energia eólica era de 300 MW. Hoje, é de 240.000 MW.
Foto: Paulo Brandão/Creative Commons

http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/energia-eolica-ja-tem-custo-competitivo/

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