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Vereadores vão tentar derrubar veto
Parlamentares tucanos não concordam com decisão de Paulo Garcia. Eles defendem implantação do projeto de lei
14 de Outubro de 2011 | Por:
A grande justificativa para a alteração no Plano Diretor é a dificuldade enfrentada pelos goianienses com o trânsito na Capital. “Em poucos dias estaremos nos igualando a São Paulo. Não podemos permitir que nosso trânsito chegue a este ponto”, defendeu Geovani Antônio. O projeto, apesar de sensibilizar os que enfrentam diariamente problemas com o trânsito, não despertou confiança entre os membros da base do prefeito.
“Este projeto só criaria um novo balcão de negócios que acabará servindo para aumentar o preço dos imóveis em Goiânia. O consumidor pagará por este novo serviço”, afirma o líder do prefeito, Agenor Mariano (PMDB). Ele acrescenta ainda que “não há garantias de que este estudo realmente evitará os congestionamentos nas ruas da cidade”. “As concessionárias vendem cada dia mais veículos e a população compra no mesmo ritmo. A resolução deste problema não é tão simples como este estudo de impacto de trânsito”, conclui Agenor.
Até mesmo os que defendem o PLC já demonstram pessimismo em relação à sua implantação. “Eu tenho grandes dúvidas em relação à contuidade deste projeto. Não é segredo para ninguém que ele afeta interesses econômicos, que atinge diretamente as construtoras. O que eu mais lamento é que estes interesse sobreponham a qualidade de vida dos goianienses. É uma prova de que alguns vereadores estão deixando de desempenhar o seu papel à serviço da população passando a trabalhar em favor somente dos interesses políticos”, declarou Elias Vaz, do PSol.
Outra grande crítica emitida pelos vereadores é a de que o prefeito apresentou sua decisão e viajou logo em seguida, evitando as discussões em relação ao assunto. “O prefeito foi irresponsável. O pior é que veta e foge para a Europa”, reclamou Elias Vaz se referindo a viagem de Paulo para Bélgica. Agenor Mariano afirmou que a decisão do prefeito foi apresentada pouco antes de sua viagem para respeitar o prazo regimental que a Câmara estabelece. O veto foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e deverá voltar para votações nas próximas semanas. O vereador Geovani espera que a votação seja daqui há três semanas para que os próprios vereadores possam articular a derrubada do veto.
CONTRADIÇÕES
O líder do prefeito na Câmara, vereador Agenor Mariano (PMDB), explica que o PLC foi recusado por se tratar de um tema já abordado no atual Plano Diretor. “Goiânia conta com um estudo prévio em seu plano que determina onde pode e onde não pode construir unidades habitacionais. Seria redundante aprovar esta proposta”.
O autor do projeto, no entanto, discorda da justificativa do líder do prefeito e diz que o conteúdo abordado no plano goianiense não atende as necessidades da cidade. “No nosso Plano Diretor existe a determinação de que os imóveis sejam contruídos em torno dos eixos de transportes, o grande problema é que estes eixos não foram construídos até hoje”, afirma Geovani. Outro argumento antecipado pelo prefeito é de que este estudo desecadearia uma certa “morosidade” na execução de importantes projetos habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. Geovani rebate lembrando que a eficiência deste estudo deveria partir da própria prefeitura, já que o projeto prevê que o município se responsabilize por este serviço.
O vereador Maurício Beraldo (PSDB) também defendeu a proposta do companheiro tucano e lembrou durante a sessão que “não é preciso ser nenhum especialista em trânsito para prever que em pouco tempo nossas ruas estarão completamente paradas”. Para Beraldo o veto do prefeito demonstra uma “irresponsabilidade” para com o desenvolvimento da nossa cidade.
Um veto pode ser emitido por inconstitucionalidade da matéria ou quando o prefeito acredita que a proposta fere os interesses sociais. A medida tomada pelo prefeito de Goiânia levou em consideração os conjuntos habitacionais que estão sendo construídos para abrigar a população carente concluindo assim que a burocratização das obras poderia ferir os interesses da sociedade gonianiense
Djalma
O vereador Djalma Araújo (PT), que deixou recentemente o cargo de líder do prefeito, já declarou sua posição em relação ao PLC. “Minha decisão é clara e eu votarei a favor do projeto do vereador Geovani Antônio”, afirma o petista. Para Djalma seu voto não “é contrário ao prefeito, mas a favor da sociedade”.
Além de anunciar seu apoio a oposição, Djalma tem articulado junto aos vereadores na tentativa de derrubar o veto do prefeito. “Eu tenho conversado sim com alguns vereadores para que eles possam se conscientizar da importância deste estudo para a qualidade de vida dos goianienses”, disse Djalma. Em sua justificativa, o vereador lembrou que Goiânia foi projetada para comportar menos de 100 mil habitantes e que novas medidas devem ser tomadas “urgentemente” para que não cheguemos ao “caos”. Djalma foi irônico ao tratar do futuro na Capital. “Em pouco tempo teremos somente duas alternativas, ou compramos um helicóptero, ou um jumento. Eu como não tenho dinheiro terei que comprar um jumento”, brincou o petista.
Quando questionado se estaria mais próximo da oposição pelas últimas divergências na Câmara Municipal, o vereador negou. “Não é questão de base ou oposição, eu estou sempre do lado da sociedade. Sou um vereador que acredita que a Casa deve ser independente e faço o meu trabalho levando isso em consideração”, disse.
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